Mais uma vez estou imersa nos meus pensamentos, procurando a
saída pra mais uma dor implantada com descuido no meu coração. Procurando não
chorar essa dor que parece matar por dentro, silenciosamente e muito devagar,
tentando convencer o cérebro que não está tudo bem, mas que logo vai ficar e
que já cansei de saber disso, que sei que não vale a pena.
Mas o coração parece querer e agir ao contrario, não usa
lógica pra nada, esqueceu-se de tudo que passou e de tudo que sofreu. To
lutando, batalhando, guerreando com minha mente, tentando fazê-la entender, que
insistir, é procrastinar e não evitar o sofrimento, que nos sentimentos não
mandamos nem nos nossos, que dirá no dos outros. Mas tudo que vem na mente são
aqueles momentos incríveis em que eu quase me belisquei pra ter certeza que
estavam acontecendo, em que eu só conseguia agradecer a Deus por tudo aquilo e
pedir pra nunca acabar, pra ter sempre aquela paz, aquele astral, aquele cara
que tinha nos olhos a luz que me tirou do escuro, e o calor que me tirou do
gelo da solidão.
Tão recente, tão rápido, tão bom, tão incomum. Talvez essas
coisas juntas não combinem, não é? Talvez não tenham força suficiente pra se
manterem juntas numa vida como a minha. Um sonho quase realizado abriu espaço
mais uma vez pra dor, que eu imaginei que seria excluída da minha vida pra
sempre. Mas não foi.
Ingrid Braga
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